SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/521
2024-02-05T18:05:27ZEfeito do regime hídrico na floração de Coffea arabica L. Cv Catuaí Rubi MG1192
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/1835
Efeito do regime hídrico na floração de Coffea arabica L. Cv Catuaí Rubi MG1192
Rodrigues, Gustavo Costa; Guerra, Antônio Fernando; Nazareno, Rodrigo Barbosa; Sampaio, João Batista Ramos; Sanzonowicz, Cláudio; Toledo, Paulo Maurity dos Reis
O manejo da água na cafeicultura irrigada é um componente fundamental no processo de maximização da produtividade e da qualidade do café. O controle do suprimento de água pode determinar a época e a uniformidade de floração. Para o Cerrado, ainda são escassas informações referentes ao controle da irrigação e seus efeitos na floração do cafeeiro. Esse trabalho foi realizado na Embrapa-Cerrados (Planaltina, DF) em uma cultura estabelecida em fevereiro de 2000. A lavoura foi conduzida sob irrigação por pivô central e em uma área adjacente sob regime de sequeiro. Os diferentes regimes hídricos foram estabelecidos em 11/06/2002 e consistiram em: irrigação durante todo o ano (RH1); suspensão das irrigações por 35 e 65 dias, RH2 e RH3 respectivamente; suspensão das irrigações por 105 dias (RH4), até que ocorressem as primeiras precipitações significativas e; sem irrigação (RH5). Em todos os regimes hídricos foi medido periodicamente o potencial de água da folha na antemanhã (Yw-am) e no período da tarde (Yw-pm). O desenvolvimento das gemas florais foi avaliado visualmente e por fotografia em gemas previamente marcadas. Observou-se que no tratamento irrigado durante todo o ano (RH1), o Yw-am pouco variou resultando em média - 0,14 MPa. Pouca variação foi observada no Yw-pm que, apesar de ter atingido - 1,1 MPa, manteve por grande parte do período amostrado valores próximos a - 0,7 MPa. Comportamento semelhante foi observado nas plantas sob o RH2 (Yw-ame Yw-pm médios de - 0,17 e -0,83 MPa respectivamente), onde aparentemente a suspensão das irrigações por 35 dias não reduziu os potenciais de água na folha quando comparados com RH1. Nos tratamentos RH3 e RH4 observou-se um decréscimo progressivo nos potenciais de água, que atingiram no final do período de suspensão das irrigações - 2,0 e - 3,3 MPa no RH3 e - 3,1 e - 3,8 MPa no RH4 para o Yw-am e Yw-pm, respectivamente. Após o reinício das irrigações nos RH3 e RH4 o potencial de água na folha atingiu, em poucos dias, valores semelhantes ao do tratamento RH1. No tratamento sob sequeiro (RH5), já nas primeiras observações, tanto o Yw-am quanto o Yw-pm se encontravam em níveis bem reduzidos -1,4 e
-2,5 MPa, respectivamente. Nesse tratamento, valores próximos a - 4,0 MPa foram atingidos com o progresso da estação seca, apresentando pouca diferença entre os potenciais medidos na antemanhã e tarde. Esses resultados indicam que nas plantas irrigadas durante todo o ano e com 35 dias de suspensão das irrigações nenhuma deficiência hídrica se desenvolveu, ao passo que nos tratamentos RH3, RH4 e RH5 houve um desenvolvimento progressivo de estresse hídrico. Nos RH1 e RH2 foram observados dois períodos principais de floração, primeira semana de setembro e final setembro-início de outubro. Notou-se que a abertura das flores, na segunda época, ocorreu tanto em nós que não haviam florido, quantos em gemas de nós onde floração já havia sido observada. Observou-se ainda, em gemas mais distais no ramo, abertura de flores ao longo do mês de outubro. No tratamento com suspensão da irrigação por 65 dias (11/06 à 17/08/2002), a floração ocorreu em um período principal (24/08/ 2002), ou seja, aproximadamente 7 dias após o reinício das irrigações. Em alguns nós mais distais ainda foi observada alguma abertura de flores em 01/10/2002, porém numa magnitude bem inferior à observada no RH1. Após a ocorrência de precipitações significativas, reiniciou-se as irrigações no RH4. Tanto esse tratamento quanto o de sequeiro apresentaram somente um período principal de floração que ocorreu em 01/10/2002. Com base nesses resultados pode-se concluir que o cafeeiro pode iniciar o processo de floração independentemente da ocorrência de deficiência hídrica no solo e com altos potenciais hídricos nas folhas (Yw-am = - 0,14 MPa e Yw-pm = - 0,7 MPa). Nos tratamentos RH1 e RH2, que não ficaram sujeitos a estresse hídrico, a floração ocorreu de forma não uniforme, tanto ao longo do ramo quanto em uma mesma axila foliar. Nos tratamentos com indução de estresse hídrico na planta seja pela suspensão das irrigações ou pela falta de chuvas, a floração ocorreu de forma uniforme ao longo do ramo no sétimo dia do retorno do suprimento de água.
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
2003-01-01T00:00:00ZAvaliação de genótipos de cafeeiros em diferentes níveis de acidez e alumínio
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/1836
Avaliação de genótipos de cafeeiros em diferentes níveis de acidez e alumínio
Mistro, Júlio César; Fazuoli, Luiz Carlos; Gallo, Paulo Boller; Bataglia, Ondino Cleante
Grande parte das áreas agrícolas no Estado de São Paulo é caracterizada por solos ácidos, baixa saturação de bases, elevados teores de alumínio trocável, além de baixos teores de macro e micronutrientes. O plantio nestas áreas prejudica o crescimento do sistema radicular e da parte aérea, exigindo o uso constante de calcário e fertilizante para se atingir altas produções, elevando, assim, o custo da lavoura. A aplicação de calcário ameniza o efeito do alumínio apenas nas camadas superficiais, concentrando as raízes somente nesta área. A correção em camadas mais profundas é uma operação mais difícil, tornando as plantas mais sensíveis em épocas de seca, devido à menor exploração de solo. O conhecimento do comportamento das cultivares e/ ou linhagens de café em tal situação é de grande importância para a cafeicultura brasileira pois a sua expansão dá-se em áreas de cerrado, onde predomina solos ácidos e pobres em nutrientes. O objetivo deste trabalho é conhecer o comportamento dos cafeeiros em diferentes níveis de calagem e acidez de solo. O experimento, instalado em 2000 no Pólo Regional de Desenvolvimento de Tecnologia dos Agronegócios do Nordeste Paulista - Mococa (SP), seguiu o delineamento de blocos ao acaso no esquema de parcela subdividida, com três repe-tições. A parcela foi constituída por três doses de calcário C 0 (V = 7%), C 1 (V = 15%) e C 2 (V= 30%) na profundindade de 0-20 cm e a subparcela por quatro cultivares de porte baixo (Ouro Verde IAC 5010-5, Obatã IAC 1669-20, Catuaí Vermelho IAC 144 e Tupi IAC 1669-33) e quatro de porte alto (Icatu Vermelho IAC 3888-6, Mundo Novo IAC 376-4, Acaiá IAC 474-16 e Icatu Vermelho IAC 4045). Cada subparcela foi
composta por duas linhas com doze plantas cada uma (24 plantas no total). Foram avaliadas as seguintes características: altura, diâmetros da copa e do caule das doze melhores plantas da subparcela; nas seis melhores plantas da subparcela foram marcados dois ramos laterais, na parte mediana da planta, a fim de determinar o comprimento do ramo primário, nº de nós no ramo todo e no ramo do ano, comprimento médio dos internódios do ramo todo, comprimento do 3 e 4º internódios, área foliar e o nº de flores. Colheram-se as doze melhores plantas e determinaram-se a produção de café coco, o rendimento de grãos, tipo de grão, peneira média e o peso de 100 sementes. Os dados foram submetidos a ANAVA, pelo teste F ao nível de 5%, considerando o efeito da calagem (independentemente das cultivares) e o efeito da calagem em cada uma das cultivares. Para comparação de médias, utilizou-se o teste de Tukey a 5%. De maneira geral a correção da saturação de bases proporcionou, tanto nas cultivares de porte baixo quanto nas de porte alto, melhores condições de desenvolvimento e crescimento vegetativo e reprodutivo na maioria das característi-cas avaliadas. As cultivares Tupi IAC 1669-33 (porte baixo) e Acaiá IAC 474-16 (porte alto) mostraram tendências de serem menos afetadas por uma condição de solo ácido e pobre em nutrientes, enquanto que as
cultivares Obatã IAC 1669-20 (porte baixo) e Icatu Vermelho IAC 3888-6 (porte alto) mostraram ser mais sensíveis a esta condição.
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
2003-01-01T00:00:00ZDesenvolvimento de metodologia para o controle de Meloidogyne exigua em cafeeiro por produtos de origem fúngica
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/1837
Desenvolvimento de metodologia para o controle de Meloidogyne exigua em cafeeiro por produtos de origem fúngica
Amaral, Daniel Rufino; Pantaleão, José Antônio; Oliveira, Denilson Ferreira de; Campos, Vicente Paulo; Nunes, Alexandro S.; Borges, Daniella I.
Os nematóides parasitas de plantas, conhecidos como fitonematóides, causam grandes prejuízos à agricultura, correspondendo a um dos maiores problemas fitossanitários para culturas de importância econômica como o café. Estima-se que somente na safra de 1998/1999 o Brasil tenha perdido em torno de R$ 1 bilhão devido à atuação desses fitoparasitas nos cafezais brasileiros. Tendo como meta o desenvolvimento de nova metodologia de controle de fitonematóides, este trabalho foi realizado com o objetivo inicial de identificar filtrados fúngicos produtores de substâncias tóxicas a Meloidogyne exigua Goeldi, 1887, que é amplamente disseminado pelos cafezais brasileiros, principalmente no sul de Minas Gerais. Logo, vinte e quatro isolados fúngicos, obtidos de diferentes fontes, foram cultivados em meio de cultura líquido. As misturas resultantes foram filtradas, dando
origem a líquidos que foram denominados filtrados fúngicos. Estes foram submetidos a testes in vitro com juvenis do segundo estádio (J2) de M. exigua, o que permitiu observar que aqueles provenientes de Fusarium moniliforme Shelden e Cylindrocarpon Magnusianum (Sacc.) Wollenw apresentavam consideráveis efeitos tóxicos sobre o referido nematóide. A seguir, os filtrados de ambos os fungos foram submetidos a testes in vivo com mudas de café (Coffea arabica L. cv Catuaí), de seis meses de idade. Para isso, foram inoculados cerca de 2000 ovos de M. exigua por planta e, logo em seguida, aplicaram-se 20 mL dos filtrados. O delineamento empregado para o experimento foi de blocos casualisados, com 6 repetições e três testemunhas: 1) planta sem inoculação de ovos; 2) planta com inoculação de ovos; 3) planta com inoculação de ovos e aplicação do nematicida comercial Aldicarbe. Após 90 dias avaliou-se o número de galhas por sistema radicular, o que permitiu observar que o filtrado produzido por F. moniliforme proporcionou os melhores resultados. Logo, conclui-se que os metabólitos do fungo apresentam potencial para emprego no controle de M. exigua em cafeeiros.
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
2003-01-01T00:00:00ZColonização epifítica e endofítica de frutos de Coffea arabica L. por bactérias metilotróficas facultativas de pigmentação rósea
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/1832
Colonização epifítica e endofítica de frutos de Coffea arabica L. por bactérias metilotróficas facultativas de pigmentação rósea
Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Mezêncio, José Mário da Silveira; Pereira, Pollyana C.; Pitta, Otávio P. L.; Campos, Maria Rita de Cássia; Silva, Daison Olzany
As bactérias metilotróficas facultativas de pigmentação rósea (PPFMs - Pink-Pigmented Facultative Methylotrophs) do gênero Methylobacterium têm sido encontradas colonizando epifiticamente a maioria das espécies vegetais. As PPFMs participam do metabolismo de nitrogênio, induzem a germinação de sementes, utilizam o metanol catabolizado pelas plantas, produzem citocininas e podem proteger as plantas contra fatores adversos de ambiente. As PPFMs são facilmente reconhecidas pela coloração rósea de suas colônias em ágar nutriente, pelo seu crescimento em meio de cultivo com um composto orgânico C-1 como única fonte de carbono e pela formação de película ou anel superficial em cultura líquida estática. Embora bactérias PPFMs tenham sido isoladas de mais de 100 espécies de plantas, não há relatos anteriores de sua colonização em frutos de café. O objetivo do presente trabalho foi verificar a colonização epifítica e endofítica por bactérias PPMFs, antes da colheita, de frutos sadios de café arábica em diferentes estádios de desenvolvimento, amostrados em Viçosa, em Serra do Salitre e em Patrocínio, Minas Gerais. Cada amostra de frutos foi preparada seguindo-se as etapas de pesagem, lavagem em água de torneira corrente, lavagem individual dos frutos com detergente e desinfetante SANPIC e enxágüe com água de torneira corrente. A seguir, em condições assépticas, os frutos foram agitados em água esterilizada. Uma série de diluições em tampão fosfato a partir da água onde os frutos foram agitados foi plaqueada em meio sólido R2A, para o isolamento da microbiota epifítica. Os frutos pré-lavados, após esterilização superficial, foram triturados sob condições assépticas. O material triturado foi utilizado para o isolamento da microbiota endofítica em meio R2A. Uma colônia representativa de cada tipo morfológico foi transferida para nova placa de meio R2A para obtenção de culturas puras. As características morfológicas dos isolados foram determinadas pela coloração de Gram. Os isolados bacterianos bastonetes coloração Gram negativo, tanto epifíticos com endofíticos, que apresentaram colônias com pigmentação rósea em meio R2A, foram cultivadas a 28°C em meio sólido glicerol-peptona (GP), em ágar nutriente e em cultura estática de caldo nutriente. Após duas semanas de cultivo, as culturas foram analisadas quanto à pigmentação em ágar nutriente, quanto à utilização de glicerol como fonte de carbono em meio GP e quanto à formação de anel róseo na superfície do caldo nutriente. Observou-se que isolados bacterianos epifíticos e endofíticos com características culturais de PPFMs do gênero Methylobacterium estavam presentes em todas as populações
obtidas a partir de frutos de café coletados em Viçosa e nas duas localidades do Cerrado mineiro. As bactérias PPFMs isoladas a partir das populações obtidas em Viçosa representaram 13 e 16% do total de bastonetes Gram negativos epifíticos e endofíticos, respectivamente. Enquanto que nas populações do Cerrado, estas bactérias representaram, respectivamente, 61 e 50% dos isolados epifíticos e endofíticos. Concluiu-se, portanto que as bactérias PPFMs colonizam epifítica e endofiticamente os frutos de café arábica.
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
2003-01-01T00:00:00Z