Abstract:
O bicho-mineiro Leucoptera coffeella (Guèrin-Mèneville & Perrottett, 1842) é considerado praga-chave na cultura cafeeira devido ao seu grande poder de desfolha, provocando perdas significativas na produção. Além das táticas convencionais de controle, que geralmente resultam em efeitos negativos ao ambiente e ao próprio homem, outros métodos menos impactantes, com baixa toxicidade e que apresentem alta eficiência contra insetos-praga, necessitam de mais estudos, como por exemplo, o emprego de plantas com propriedade inseticida. Avaliou-se a atividade de extratos vegetais, procedentes de plantas de cerrado da região de Lavras (MG), contra o bicho-mineiro do cafeeiro visando aplicar as informações obtidas no manejo integrado dessa praga. As plantas utilizadas foram: Actium lappa, Aloe saponaria, Artemisia absinthium, Baccharis dracunculifolia, Coix-lacrima jobi, Croton antissiphyliticus, Cynara scolymus, Echinolaena inflexa, Erythroxylum suberosum, Foeniculum vulgare, Hipericum perforatum, Leonorus sibiricus, Marcetia taxifolia, Mentha pullegium, Pelargonium graveolens, Peltaea polymorpha, Peltodon tomentosus, Phylanthus tenellus, Piper tuberculatum, Plantago lancelota, Punica granatum, Rosmarinus officinalis, Ruta graveolens, Tanacetum vulgare e Thymus vulgaris. Assim, folhas frescas dessas espécies vegetais foram maceradas em metanol e, a seguir, as misturas resultantes foram filtradas. Concentraram-se as fases líquidas sob vácuo até secura e solubilizaram-se os resíduos obtidos em solução aquosa de Tween 80 (R) a 1% (g/mL) para serem submetidos aos bioensaios. Em seguida, coletaram-se folhas de cafeeiro do cultivar Catuaí, contendo minas intactas do referido inseto, para serem imersas por 5 segundos nos extratos vegetais. Após 48 horas em placas de Petri, sob condições de 25 ± 2oC, UR 70 ± 10% e fotofase de 14h, abriram-se as minas e contaram-se as lagartas vivas e mortas. Utilizou-se solução aquosa de Tween 80 (R) a 1% (g/mL) e fenitrotion (Sumithion 500CE (R) ) a 0,2% (v/v) como testemunhas negativa e positiva, respectivamente. Os dados obtidos foram transformados para arcsen V (x/100) arcsen raiz (x/100) e submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. Dos 25 extratos de plantas avaliados até o momento, somente aquele oriundo de folhas de Foeniculum vulgare apresentou eficiência no controle do bicho-mineiro do cafeeiro, devendo, essa espécie, ser incluída em estudos futuros.